quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Avatar

Estreou a semana passada e é referido como uma das experiências cinematográficas mais ambiciosas de sempre, no que se refere à tecnologia de animação.

Mas "Avatar" é muito mais que isso. É um manifesto surpreendente sobre a relação do ser humano com o ecossistema, da mais profunda conexão e simbiose à total alienação destrutiva.

No rescaldo da Cimeira de Copenhaga, a exibição deste filme não poderia ser mais oportuna.

O Econsciência não só recomenda, como apela: vão ver este filme.

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sábado, 19 de dezembro de 2009

Fracasso

Nada que nos surpreendesse: a Cimeira de Copenhaga terminou e as nações do planeta Terra fracassaram.


Nenhum acordo legalmente vinculativo, nenhuma definição de metas de redução de emissões de gases com efeito de estufa, nenhum prazo para o estabelecimento de um futuro acordo.

Apenas o "tomar nota" de um acordo "voluntário" e não vinculativo, contendo algumas bases para um novo passo na luta contra o aquecimento global.

Apenas as querelas políticas, movidas por questões económicas.

Uma profunda desilusão.

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quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

União Europeia abandonou compromisso de redução de CO2

E ao terceiro dia da Cimeira de Copenhaga, Bruxelas lança uma notícia, no mínimo, desarmante: a União Europeia abandonou por agora a sua disponibilidade para melhorar o seu compromisso de redução das emissões de CO2 e aumentar a meta para os 30%.

A razão?

«Pensamos que os compromissos assumidos pelos EUA não são comparáveis aos esforços da União Europeia, e pensamos que ainda não chegou o momento de aumentar o nosso esforço de redução para 30%», afirmou Fredrik Reinfeldt, primeiro-ministro da Suécia, que preside actualmente à UE.

Um braço de ferro político, portanto.

A Europa deverá limitar-se a relembrar o compromisso assumido há mais de 1 ano, de reduzir as emissões para 20% em 2020, face aos níveis de 1990.

Relembramos:

De acordo com os cientistas, o objectivo de limitar o aquecimento global a 2 graus centígrados pressupõe que os países desenvolvidos reduzam as suas emissões entre 25 e 40%.

Continuamos a brincar com coisas sérias...

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Os dez maiores emissores de CO2 do mundo

(em mil toneladas de CO2)


1º. China - 6018
2º. EUA - 5903
3º. Rússia - 1704
4º. Índia - 1293
5º. Japão - 1247
6º. Alemanha - 858
7º. Reino Unido - 586
8º. Canadá - 614
9º. Coreia - 515
10º. Itália - 468

Gráficos e mais informações em Público.pt

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segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Media unidos num só editorial

O desafio foi lançado pelo jornal britânico The Guardian: publicar um editorial comum, dirigido aos líderes que se reúnem a partir de hoje, e nos próximos 14 dias, na Cimeira de Copenhaga.


56 jornais, 20 línguas, 44 países aderiram.
O Econsciência publica o texto na íntegra, como pode ser lido no Público de hoje - o jornal português que aderiu a esta iniciativa.

Hoje, 56 jornais em 44 países dão o passo inédito de falar a uma só voz através de um editorial comum [sobre Copenhaga]. Fazemo-lo porque a Humanidade enfrenta uma terrível emergência.

Se não nos juntarmos para tomar uma acção decisiva, as alterações climáticas irão devastar o nosso planeta, e juntamente com ele a nossa prosperidade e a nossa segurança. Desde há uma geração que os perigos têm vindo a tornar-se evidentes. Agora, os factos já começaram a falar por si próprios: 11 dos últimos 14 anos foram os mais quentes desde que existem registos, a camada de gelo árctico está a derreter-se, e os elevados preços do petróleo e dos alimentos no ano passado permitiram-nos ter uma antevisão de futuras catástrofes.

Nas publicações científicas, a questão já não é se a culpa é dos seres humanos, mas sim quão pouco tempo ainda nos sobra para conseguirmos limitar os danos.

Mas, mesmo assim, até agora a resposta a nível mundial tem sido frouxa e sem grande convicção.

As alterações climáticas estão a ocorrer desde há séculos, têm consequências que durarão para sempre, e as nossas perspectivas de as limitarmos serão determinadas nas próximas duas semanas. Exortamos os representantes dos 192 países reunidos em Copenhaga a não hesitarem, a não caírem em disputas, a não se acusarem mutuamente, mas sim a resgatarem uma oportunidade do maior fracasso político das últimas décadas. Não deverá ser uma luta entre os países ricos e os países pobres, ou entre o Oriente e o Ocidente. O clima afecta-nos a todos, e deve ser solucionado por todos.

A ciência é complexa mas os factos são claros. O mundo precisa de dar passos em direcção a limitar o aumento de temperatura a apenas dois graus centígrados, um objectivo que exigirá que as emissões de gases a nível global alcancem o seu máximo e comecem a diminuir durante os próximos cinco a dez anos. Um aumento superior, na casa dos três ou quatro graus centígrados – a subida mais pequena que podemos realisticamente esperar se ficarmos pela inacção –, secaria os continentes, transformando terra arável em desertos. Metade de todas as espécies animais extinguir-se-ia, muitos milhões de pessoas ficariam desalojadas, nações inteiras afundar-se-iam no mar. A polémica sobre os e-mails de investigadores britânicos, sugerindo que eles terão tentado suprimir dados incómodos, tem agitado o ambiente mas não causou mossa na pilha de provas em que estas previsões se baseiam.

Poucos acreditam que Copenhaga ainda consiga produzir um acordo completamente definido – progressos efectivos em direcção a um tal acordo apenas se poderiam iniciar com a chegada do Presidente Barack Obama à Casa Branca e a inversão de anos de obstrução por parte dos Estados Unidos. Mesmo hoje, o mundo vê-se à mercê da política interna norte-americana, pois o Presidente não se pode comprometer com as acções necessárias até o Congresso fazer o mesmo.

Mas os políticos presentes em Copenhaga podem, e devem, chegar a um acordo sobre os elementos essenciais de uma solução justa e eficaz e, ainda mais importante, um calendário claro para a transformar num tratado. O encontro das Nações Unidas sobre alterações climáticas do próximo mês de Junho em Bona (Alemanha) deverá ser a data-limite. Segundo um dos negociadores: “Podemos ir a prolongamento, mas não nos podemos dar ao luxo de uma repetição do jogo.”

No centro do acordo deverá constar um arranjo entre os países ricos e os países em desenvolvimento, determinando como serão divididos os encargos da luta contra as alterações climáticas – e como iremos partilhar um recurso novo e precioso: os milhões de milhões de toneladas de gases de carbono que podemos emitir antes que o mercúrio dos termómetros alcance níveis perigosos.

As nações ricas gostam de fazer notar a verdade aritmética de que não poderá haver solução até que gigantes em desenvolvimento como a China tomem medidas mais radicais do que têm feito até agora. Mas os países ricos são responsáveis pela maioria dos gases de carbono acumulados na atmosfera – três quartos de todo o dióxido de carbono emitido desde 1850. São eles que agora devem dar o exemplo, e cada país desenvolvido deve comprometer-se com cortes maiores, que dentro de uma década reduzirão as suas emissões para substancialmente menos que o seu nível de 1990.

Os países em desenvolvimento podem argumentar que não foram eles que criaram a maior parte do problema, e também que as regiões mais pobres do globo serão as mais duramente atingidas. Mas vão cada vez mais contribuir para o aquecimento, e por isso devem comprometer-se com as suas próprias medidas significativas e quantificáveis. Apesar de ambos não terem chegado tão longe quanto alguns esperavam, os recentes compromissos de objectivos de emissões de gases dos maiores poluidores do mundo – os Estados Unidos e a China – constituíram passos importantes na direcção certa.

A justiça social exige que os países industrializados ponham a mão mais fundo nos seus bolsos e garantam verbas para ajudar os países mais pobres a adaptarem-se às mudanças climáticas, e tecnologias limpas que lhes permitam crescer a nível económico sem com isso aumentarem as suas emissões. A arquitectura de um futuro tratado deve também ser definida – com um rigoroso acompanhamento multilateral, compensações justas pela protecção de florestas, e uma aceitável taxa de “emissões exportadas”, de modo que o peso possa ser partilhado mais equitativamente entre os que produzem produtos poluentes e os que os consomem. E a equidade requer também que a carga colocada sobre determinados países desenvolvidos tenha em conta a sua capacidade para a suportar: por exemplo, novos membros da União Europeia, muitas vezes mais pobres do que a “Velha Europa”, não devem sofrer mais do que os seus parceiros mais ricos.

A transformação será dispendiosa, mas muito menos do que a conta que se pagou para salvar o sistema financeiro internacional – e ainda muito mais barata do que as consequências de não fazer nada.

Muitos de nós, particularmente nos países desenvolvidos, teremos que alterar os nossos estilos de vida. A época dos voos de avião que custam menos do que a viagem de táxi para o aeroporto está a chegar ao fim. Teremos que comprar, comer e viajar de forma mais inteligente. Teremos que pagar mais pela nossa energia, e usar menos dessa mesma energia.

Mas a mudança para uma sociedade com reduzidas emissões de gases de carbono alberga a perspectiva de mais oportunidades do que sacrifícios. Alguns países já reconheceram que aceitar as transformações pode trazer crescimento, empregos e melhor qualidade de vida. Os fluxos de capitais contam a sua própria história: em 2008, pela primeira vez foi investido mais dinheiro em formas de energia renováveis do que para produzir electricidade de combustíveis fósseis.

Abandonar o nosso “vício de carbono” dentro de poucas décadas irá exigir um feito de engenharia e inovação que iguale qualquer outro da nossa História. Mas se a viagem de um homem à Lua ou a cisão do átomo nasceram do conflito e da competição, a “corrida do carbono” que se aproxima deverá ser norteada por um esforço de colaboração, de forma a alcançarmos a salvação colectiva.

Superar as mudanças climáticas exigirá o triunfo do optimismo sobre o pessimismo, da visão a longo prazo sobre as vistas curtas, daquilo a que Abraham Lincoln chamou “os melhores anjos da nossa natureza”.

É dentro desse espírito que 56 jornais de todo o mundo se uniram sob este editorial. Se nós, com tão diferentes perspectivas nacionais e políticas, conseguimos concordar sobre o que deve ser feito, então certamente os nossos líderes também o conseguirão.

Os políticos em Copenhaga têm o poder de moldar a opinião da História sobre esta geração: uma geração que encontrou um desafio e esteve à altura dele, ou uma geração tão estúpida que viu a calamidade a chegar, mas não fez nada para a evitar. Imploramos-lhes que façam a escolha certa.

Lista de jornais que aderiram a esta iniciativa:

“Süddeutsche Zeitung” - Alemanha,“Gazeta Wyborcza” – Polónia,“Der Standard” - Áustria,“Delo” - Eslovénia,“Vecer” – Eslovénia,“Dagbladet Information” - Dinamarca,“Politiken” - Dinamarca,“Dagbladet” - Noruega,“The Guardian” – Reino Unido,“Le Monde” - França,“Liberation” - França,“La Reppublica” - Itália,“El Pais” - Espanha,“De Volkskrant” – Holanda,“Kathimerini” - Grécia,“Público” - Portugal,“Hurriyet” - Turquia,“Novaya Gazeta” - Rússia,“Irish Times” - Irlanda,“Le Temps” - Suíça, “Economic Observer” - China,“Southern Metropolitan” - China,“CommonWealth Magazine” - Taiwan,“Joongang Ilbo” - Coreia do Sul,“Tuoitre” - Vietname,“Brunei Times” - Brunei,“Jakarta Globe” - Indonésia,“Cambodia Daily” – Camboja,“The Hindu” - Índia,“The Daily Star” - Bangladesh,“The News” - Paquistão,“The Daily Times” - Paquistão,“Gulf News” - Dubai,“An Nahar” – Líbano,“Gulf Times” - Qatar,“Maariv” - Israel,“The Star” – Quénia,“Daily Monitor” - Uganda,“The New Vision” - Uganda,“Zimbabwe Independent” – Zimbabwe,“The New Times” - Ruanda,“The Citizen” - Tanzânia,“Al Shorouk” - Egipto,“Botswana Guardian” – Botswana,“Mail & Guardian” - África do Sul, “Business Day” - África do Sul, “Cape Argus” - África do Sul,“Toronto Star” - Canadá,“Miami Herald” – Estados Unidos,“El Nuevo Herald” – Estados Unidos, “Jamaica Observer” – Jamaica, “La Brujula Semanal” - Nicarágua,“El Universal” - México, “Zero Hora” - Brasil, “Diário Catarinense” - Brasil, “Diario Clarin” - Argentina

Texto publicado em Público.pt

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Começou.


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